Alimentos para o cérebro

Artigo: Alimento para o cérebro
Alimentação
Comida para o cérebro
São José do Rio Preto, 26 de janeiro de 2009


Peixes e alimentos ricos em ômega 3 são a melhor opção para manter a saúde cerebral

Ariana Pereira



11:35 - Nutrir o cérebro de informações é um dos principais remédios que os profissionais mais renomados da área de neurologia recomendam para prevenir e até mesmo tratar algumas das doenças que acometem esse órgão tão importante para o ser humano. Avanços mostram, porém, que a alimentação correta pode ser determinante de boa memória, desenvolvimento de QI e envelhecimento saudável, com diminuição do impacto da idade sobre o funcionamento cerebral. Autor de dois livros que tratam especificamente sobre alimentação e o cérebro - Mente Criativa: A Aventura do Cérebro Bem Nutrido (Vozes) e Nutrição Cerebral (Objetiva), escrito com Helión Povoa, o precursor da medicina ortomolecular no Brasil e a nutricionista Luciana Ayer -, o psiquiatra Juarez Callegaro afirma que a alimentação que possibilita o melhor desenvolvimento do cérebro é aquela que se assemelha à forma de se alimentar dos índios ou dos homens primitivos.

“É a maneira mais simples de alimentar-se corretamente e de maneira saudável: imitar os índios, com alimentos que não estão nos mercados e são cultivados da maneira mais natural possível. Com esse tipo de alimentação, é possível evitar uma série de doenças prejudiciais ao cérebro como as cardiovasculares, hipertensão, derrames, depressão, ansiedade, agressividade e, inclusive, crises de autoestima”, assegura o médico.
Callegaro acredita que um café da manhã composto basicamente por frutas, almoço com saladas e peixe e o fim do dia com um caldo feito com verduras é o cardápio mais exemplar para o bom funcionamento cerebral. “É a dieta do arco-íris: que comporta sete cores. Cada fruta tem um ou dois tipos de minerais diferentes, além de vitaminas essenciais para o cérebro. Foi feito um estudo nos Estados Unidos que mostra que crianças que cresceram à base de uma dieta rica em todas as cores de frutas, legumes e verduras tornaram-se mais capazes de apreender conteúdos e socializar-se.”

A nutricionista Ana Paula Souza afirma que para que haja um bom funcionamento do cérebro é preciso manter uma alimentação equilibrada em carboidratos (alimentos energéticos), proteínas (alimentos construtores de massa muscular e tecido), fibras (reguladores intestinais, principalmente porque a serotonina, substância que causa prazer ao cérebro, é produzida no intestino) e lipídeos essenciais ricos em ômega 3 (pois melhoram a função imunológica, facilitam as comunicações entre neurônios e evitam doenças neurológicas e cardiovasculares). “A falta de carboidratos pode diminuir a resistência física e aumentar o gasto da gordura. Porém, a gordura circulante para gerar energia no lugar dos carboidratos não é saudável, causando cetose (queima de gordura sem a presença de carboidratos) ao cérebro, que é fatal. Já a falta de vitaminas e minerais pode causar várias doenças como anemias, osteoporose, escorbuto, fadiga, resfriados frequentes e outras.”

Inimigos

Entre os vilões do cérebro, o psiquiatra Juarez Callegaro coloca os alimentos que contêm glúten, uma proteína do trigo que está na composição de massas e farinhas. É essa substância que dá liga na massa e também ajuda no crescimento do pão. Ele afirma que o glúten produz morfina, o que desacelera as atividades cerebrais. “No começo do dia, é bom que se evitem esses cinco alimentos: pão, margarina, café, leite e açúcar. A margarina tem muito ômega 6, que ocupa o lugar do ômega 3, impedindo o cérebro de respirar, portanto, sem oxigênio a atividade cerebral fica lenta.

O café comercializado no Brasil é composto por mais de 30% de milho queimado, o que também prejudica a atividade do cérebro. O leite, atualmente, vem de animais alimentados com hormônio para aumentar a produção. Portanto, produtos naturais são os melhores para o consumo, logo pela manhã”, afirma Callegaro. Na opinião da nutricionista Ana Paula Souza, o pior inimigo da massa encefálica é a gordura trans, pois não é metabolizada pelo organismo. “Além dela, são muito prejudiciais os alimentos industrializados, em geral, por conter uma química que não é natural ao organismo, e agrotóxicos que são causadores de câncer.”

Peixes e carnes

Pelo contrário, o grande queridinho de psiquiatras, neurologistas e nutricionistas é o ômega 3. Presente em peixes, castanhas ou nozes, essa substância favorece as sinapses, que são as trocas de informações entre os neurônios. Estudos mostram que o ômega 3 melhora a concentração, a memória, aumenta a motivação, melhora as habilidades motoras, aumenta a velocidade de reação, neutraliza o estresse e previne doenças degenerativas cerebrais. “Nozes, castanha-do-pará, amendoim são capazes de produzir um gás no cérebro, o óxido nítrico, que, na dose certa, é capaz de incrementar a memória e manter o bom humor. A boa alimentação é fundamental para o bom funcionamento do cérebro. Uma criança bem nutrida é capaz de aprender quatro idiomas sem sotaque”, diz Callegaro.

O ideal, para o psiquiatra, é que se coma peixe na maioria dos dias da semana. Carne vermelha, apenas uma vez a cada quatro ou cinco dias e mal passada. Callegaro afirma que o calor intenso e por muito tempo desnatura as proteínas da carne vermelha. “A carne mal passada está rica de carnetina ou taurina, que aumentam os neurônios. O ideal seria comer a carne mal passada, mas as pessoas têm medo de germes, pois o gado criado no confinamento é muito cheio de infecções”. Sobre o consumo de carnes, a nutricionista Ana Paula Souza assegura que qualquer uma delas, quando aquecida, gera substâncias causadoras de câncer. Tais substâncias levam ao aumento de homocisteína no sangue, gerando inflamação nas artérias. “Para minimizar este efeito o ideal é utilizar ácido fólico com a refeição, que pode ser encontrado nas verduras verde-escuras cruas, como rúcula, agrião ou alface .”

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